terça-feira, 15 de setembro de 2009

Do verão...

Na praia

as conchas, os búzios, os pés nus na areia...


E na serra
o verde, os ribeiros frescos, o cheiro e as meias de lã que trouxe para as noites de inverno.
Para o ano há mais.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Quase no outono...


Cheira e sabe a outono.
A marmelada está feita, seca ao sol num parapeito duma janela sem cortinas.
Gosto das cores desta altura do ano, dos tons, do cheiro, dos sons das folhas secas, dos fins de tarde, dos passeios pelo parque. .
O sol anda baixo e muito quente








quarta-feira, 8 de julho de 2009

As perguntas de Neruda

Pablo Neruda


Não sentes também o perigo
Na gargalhada do mar?

Não vês na seda sangrenta
da papoila uma ameaça?

Não vês que a macieira floresce
para morrer na maçã?

Não choras rodeado de riso
com as garrafas do olvido?



Pablo Neruda . "Livro das Perguntas "

segunda-feira, 6 de julho de 2009

AHHA AXMATOBA - Anna Akhmátova

Kuzma Sergeevich Petrov-Votokin, Portrait of Anna Akhmatova. 1922.
Tretyakov Gallery, Moscow, Russia



Hoje de manhã ao ir à estante buscar um livro dei de caras com um livro de poesia que já não lia há algum tempo, "E Cantou como Canta a Tempestade" de Anna Akhmátova e Marina Tsvétaïeva. Anna Akhnátova e Marina Tstétaieva eram-me totalmente desconhecida até há uns 4 ou 5 anos, depois de as ler apaixonei-me. A minha vontade era ter ficado em casa, lendo e relendo e deliciando-me com as palavras tão bem escolhidase tão bem combinadas. Como tal não foi possivel (hoje é 2ªfeira!!!!! ) esta noite já sei qual vai ser a leitura de cabeceira.



À Noite

A música no jardim
tinha dor inexplicável.
Um cheiro de maresia
vinha das ostras no gelo.

Ele disse: "Sou fiel!"
e tocou-me no vestido.
Tão diverso de um abraço
era o toque dessas mãos.

Como quem acaricia
um gato ou um passarinho,
sorria, com os olhos calmos,
sob o ouro das pestanas.

A voz triste dos violinos
cantava, em meio à névoa:
"Dá graças a Deus que enfim
estás a sós com o amado".

(Anna Akhmátova, 1913)




Anna Akhmatova (Анна Ахматова, Анна Андреевна Горенко, 23 de Junho de 1889 - 5 Março 1966) é o pseudónimo de Anna Andreevna Gorenko, uma das mais importantes poetas acmeístas russas.)


Mais aqui: http://pt.wikipedia.org/wiki/Anna_Akhmatova

domingo, 5 de julho de 2009

Preguiça Domingueira



Domingo.
Tomo o pequeno almoço ainda de pijama, café, torradas com manteiga, fruta e flores (nunca podem faltar), as noticias na rádio e a apatia de ter acabado de acordar.
O dia está cinzento, fresco e a chuva miudinha ora vai ora vem.
O gato preto e branco adormecido no sofá.
A preguiça de fazer o que quer que seja.
Ouço Amadou & Mariam (um casal de cegos do Mali que cantam), esta musica ajuda a cordar e dispoem bem.
Logo à tarde vou ao cinema, ainda não sei que filme vou ver, sei que vai ser no shopping, talvez aproveite para dar um pulo à fnac e bisbilhotar as novidades; ainda assim não há nada que chegue a uma boa livraria, das antigas, por exemplo, "Latina" na rua Santa Catarina no Porto, ou a "Almedina" no Arco de Almedina em Coimbra.
Estou a ler "A Arte de Ser Português" , de Teixeira de Pascoaes, uma reflexão acerca da nossa pátria e do ser Português, convém dizer que é uma publicação de 1915, bem ao género da época, interessante, com um ponto de vista particular e muito engraçado, quase 100 anos depois a comparação tem os seus ques bem curiosos.


Bom Domingo :)

Uma espécie de dicionário:


Teixeira de Pascoaes
http://pt.wikipedia.org/wiki/Teixeira_de_Pascoaes

quinta-feira, 2 de julho de 2009

A janela



Gosto de olhar por esta janela ao final da tarde quando o sol é quase sombra, fico ali encostada a ver um cão ou outro que passa e a sentir o sol ir-se. Gosto de imaginar como terá sido ali há muitos anos atrás ao mesmo tempo que penso no hoje ou ao mesmo tempo que não penso em nada.
O silencio desta janela é apaziguador
Demasiada teoria!!! E do caos surge a harmonia. o equilibrio, que podes estar nas coisas mais pequenas e aparentemente insignificantes.
Uma luz que nos toca no rosto e nos enche de força.
Um gato que nos pede festas na barriga e que nos adormece no colo,
Uma carta de alguém querido,
Um passeio com uma amiga.
Uma chávena do nosso chá favorito
Flores frescas em casa,
Um cesto cheio de fruta variada,
O conforto do sofá que nos aconchega ao final da noite.
O silencio. O silencio da noite. Gosto de ficar em silencio.
Por vezes ando tão absorvida a pensar em coisas sem jeito nenhum que me deixo ir , deixo de prestar atenção aos pormenores, faço tudo a correr, ando demasiado preocuapada e irritada para aproveitar estes mimos e deixo de saber quem sou.
Hoje fiz o doce de figo.
Não estudei o que precisava.
E perdi tempo com ansiedades idiotas.
Amanhã será outro dia.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Peixes à cabeçada



Fotografia: lago do parque da Curia





São 22h47 minutos, cheguei há pouco mais de duas horas a casa, tinha 2 surpresas, um tabuleiro de figos que uma senhora amiga trouxe e um cesto cheio de ameixas vermelhas, grandes e perfumadas, que me mandou a minha avó (já comi umas 3 ou 4, sou viciada em fruta!)

Após preparar o jantar (uma salda fria de frango), ter jantado e arrumado a cozinha, finalmente tive tempo para seroar aqui no sofá, na companhia do gato jasmim e da musica de Ali Farka Touré,"In the heart of the moon", este album é tão bonito, tão bom de se ouvir, faz-me sonhar, pensar em terras longínquas, no cheiro a terras quentes... sonhos! Bem, já é tarde... O tempo urge e fica apenas uma reflexão do meu dia, uma passagem apenas.

Hoje ao final da tarde fui a um parque a Oliveira de Azemeis, o parque de La Salette, um parque bonito, agradável, mas com um grande senão, o lago cheio de lixo!!!, os peixes vermelhos nadavam e ao mesmo tempo davam "cabeçadas" numas embalagens vazias de gelados e em sacos de plástico que por ali boiavam, o banco de jardim onde me fui sentar estava cheio de piriscas de cigarros, e no chão restos de papeis... depois de ver tudo isto em catadupa irrito-me interiormente (não desatei ali aos berros) e questiono o nosso ser português, porque é que nós Portuguess temos que estragar tudo quanto é bom? tudo quanto é bonito? Falta de civismo, de educação? Seremos vandalos por natureza? O que é que custa por um papel no caixote do lixo ou se não houver caixote do lixo guardá-lo e pô-lo no caixote de nossa casa? Penso que as pessoas estão a ter um bocadinho mais de cuidado, mas não chega! Não chega! Não deveriam os senhores autarcas locais ter mais cuidado com a terra que governam? Um bocadinho mais de brio e cuidado nos locais públicos não faz mal a ninguém, aliás, só faz bem! Por isso, e essa tarefa também nos cabe a nós, não vamos deixar "abandalhar", sujar, vandalizar, menosprezar as nossas terras! O nosso país é lindo e mesmo que o não fosse não seria motivo para não o cuidarmos com a maior atenção e com o maior cuidado, afinal é de todos!
Temos que tratar da rua, dos espaços públicos , dos locais que frequentamos como se da nossa casa se tratasse porque afinal de contas também o são! Desculpem o desabafo mas fico furiosa com estes "desleixos" à Portuguesa.


Assim se passou mais um dia, amanhã vou estudar quimica orgânica (vou ter exame)e fazer doce de figo.
Agora, lavar os dentes e cama!




Ps: tinha e tenho um blog de umas coisas que escrevia mas, não era assim. Ainda estou um bocadinho à toa com este, não sei bem que rumo tomará, se for chata digam! :))







Ali Farka Toure